Há sete meses à frente da seccional regional bragantina da ALB, o jovem Luís Henrique Brito Ferreira, 27 anos, quer dar um passo adiante na história da entidade.
Bacharel pela Faculdade de Direito da UFPA, Henrique assumiu a diretoria no dia primeiro de Outubro de 2020.
A Academia de Letras do Brasil – Seccional Bragança é vinculada a Academia de Letras do Brasil - Nacional, que tem como presidente o escritor e Prof. Dr. Mário Carabajal - Ph.D. / Ph.I.
Fundada no dia 16 de Abril de 2013, a ALB foi instalada no Município de Bragança no dia 1º de Outubro de 2013.
Nesse dia, a entidade reuniu para empossar a primeira turma de associados, cerimônia que se repetiu outras vezes, para dar posse aos neoacadêmicos.
Henrique ocupa a cadeira de N. 48 da ALB, desde o dia 14 de Dezembro de 2016, quando foi empossado, sendo o seu quarto presidente municipal.
Antes dele, vieram, pela ordem, José Ribamar Gomes De Oliveira (cadeira 1 - patrono: Dr. Reinaldo José Teixeira Gonçalves); Carlos Roberto Amorim Da Silva (cadeira 29 - patrono: Raimundo Naseaseno Ferreira); Lena Cláudia Dos Santos A. Saraiva (cadeira 34 - patrono: Simpliciano Fernandes de M. Júnior).
“Nossa organização é liberta de quaisquer vínculos míticos, místicos, religiosos, científicos e políticos”, esclarece o atual presidente da ALB.
De acordo com procedimentos e normais nacionais, a ALB conta em seus quadros com escritores e cientistas de vários segmentos religiosos como também ateus, sem quaisquer conflitos, respeitando a todos.
E por isso mesmo, os associados necessitam se colocar em uma condição supra religiosa e científica para cumprir as mais altas finalidades da organização.
O presidente da ALB em Bragança esclarece, entre as máximas de combate da ALB, está a luta contra a fome, desnutrição, a miséria, e o desemprego.
Com relação a esta temática, o presidente destaca um projeto proposto pelo acadêmico Francisco Pereira de Oliveira (cadeira 46 - patrono: Frederico Pereira de Oliveira) para distribuição de cesta básicas para pessoas carentes.
“Já encaminhamos esta proposta para alguns parceiros e empresários, entretanto, ainda não obtivemos o apoio necessário, sem falar que reconhecemos o trabalho voluntário de alguns acadêmicos que são solidários com pessoas carentes em nosso Município”, informa Henrique.
O presidente esclarece também que o descaso, o descompromisso, a improbidade administrativa, danos e desvios do patrimônio público e impostos públicos abusivos, entre outras questões, também compõem as máximas de combate da entidade, entretanto, a ALB não se pauta como um ente de enfrentamento político e sim de aconselhamento em busca do consenso democrático em prol da justiça social.
Diretoria
Além do presidente Henrique Brito, compõem a diretoria os acadêmicos Margarida Mendonça de Jesus Sousa (vice-presidente - cadeira 43 - patronese: Eunice Eulália); Jaqueline Araújo da Silva (secretária – cadeira 45 - patrono: João da Cruz Pacheco); Maria José Correia Reis (tesoureira – cadeira 38 - patrono: Antônio da Silva Pereira).
A ALB, segundo seu presidente municipal, relaciona-se com os segmentos culturais, profissionais, científicos e religiosos, sob óptica da liberdade de escolha e expressão, ainda que não comungue do pensamento e a escrita de alguns associados.
“Não adotamos nenhum outro pré-requisito para o ingresso na Academia, senão o de ser uma pessoa devota à ciência, à cultura, e ao desenvolvimento de Bragança e do Estado do Pará, portanto, ser cristão, ateu ou cientista, não compõem as exigências da entidade”, esclarece Henrique.
Grupos de Trabalho
A ALB conta com três grupos de trabalho para executar suas ações, além da diretoria executiva.
O Conselho de Ética e Fiscal, formado pelos acadêmicos Manoel de Sousa Ramos (cadeira 19 - Patrono: Manoel Ramos de Souza); Diana Ramos (cadeira 16 – patrono Gerson Alves Guimarães); e Cleidevaldo Pereira Guimarães (cadeira 30 - patrono: Antônio Cícero Fernandes Belo).
O Conselho de Cultura, composto por Dênis Girotto de Brito (cadeira 33 - Patronese: Maria de Fátima Monteiro Ferreira) e Mariana Bordallo (cadeira 23 - Patrono: Bolívar Bordallo da Silva).
E a Comissão de editais e captação de recursos, com o acadêmico Francisco Pereira de Oliveira; e Alcilene Carla Aires da Silva (cadeira 9 – patrono: Oswaldo Newton Pacheco).
De acordo com o presidente da ALB, tanto a Comissão de captação, quanto o Conselho de Cultura são autônomos para se reunir e propor projetos à diretoria.
O Conselho de Ética e Fiscal, entretanto, são demandados a executar suas ações, conforme suas especificidades.
Mas o presidente faz questão de destacar o trabalho da atual tesoureira, Maria José Correia Reis, segundo ele, organizada e dedicada às finanças acadêmicas, cujos relatórios de contas são apresentados mensalmente aos associados.
Do mesmo modo, cita a acadêmica Alcilene Carla Aires da Silva, pelo bom apoio administrativo, fato que lhe credenciou a ser nomeada secretária-assistente da entidade.
Reuniões
Ainda em campanha pela presidência da ALB, Henrique observou que a pandemia estava a esvaziar o quórum das reuniões.
Quando o atual presidente assumiu a gestão, ele implantou a modalidade de reuniões à distância, através de plataformas online.
Esta facilidade dos recursos tecnológicos melhorou a comunicação da ALB com os seus associados, permitindo-lhes maior aproximação e participação, online.
“Isso permitiu também que alguns confrades e confreiras que habitam outros municípios pudessem participar sem necessariamente ter que se deslocar de suas cidades”, justifica o presidente da entidade.
A entidade, entretanto, já expediu mais de 100 memorandos na atual gestão, sobre diversas questões administrativas, o que demonstra o esforço de uma boa política de comunicação interna.
Com relação à comunicação interna, a diretoria nomeou o acadêmico Francisco de Assis Weyl Albuquerque Costa (cadeira 35 – Patrono Conego Ulysses de Albuquerque Pennafort), para a Assessoria de Comunicação.
“Com a presença de Weyl na comunicação, já temos um plano comunicacional, que prevê a reorganização do site, up de redes sociais, e definição de critérios para as postagens, e que eram questões que discutíamos mesmo sem um assessor”, comenta o presidente da ALB em Bragança.
Gestão
A atual gestão já fez cinco encontros para encaminha as questões administrativas da gestão, entre estas, por exemplo, um espaço físico para as reuniões.
Um expediente foi encaminhado à reitoria da UEPa, em que se solicita uma sala no Liceu de Ares de Bragança para a ALB.
Assuntos de natureza financeira também são tratados, de forma a que a entidade seja a mais transparente possível quanto à origem e o destino de suas receitas.
De acordo com o presidente Henrique, é uma fiscalização coletiva para o bom zelo da gerência do dinheiro da entidade.
Publicamos alista dos pagadores do mês, temos observado um resultado positivo, com os confrades e confreiras atentos à prestação de contas e relatórios divulgados em todas as nossas reuniões”, afirma o acadêmico.
A atual gestão, inclusive, sanou uma antiga pendência com a Receita, que era uma preocupação por conta da inscrição de projetos em editais púbicos, que são bastante exigentes quanto aos documentos em dia por parte das entidades concorrentes.
A partir disso, a ALB poderá abrir uma conta própria para a entidade e dessa forma, melhor gerir a sua política de captação de recursos.
Esta readequação acadêmica também alcança o corpo de associados, cujas categorias são: efetivos, colaboradores e beneméritos.
Hoje, existem seis processos administrativos internos de readequação de associados.
Com a notificação, os acadêmicos poderão ter seu estatuto social modificado, caso não esclareçam as razoes de ausências das atividades da ALB, assim como dos compromissos assumidos durante a posse.
Estes processos, segundo o presidente Henrique, que não por acaso é advogado, são dentro da legalidade, com o devido direito de defesa de cada um dos acadêmicos envolvidos nos processos acima citados.
Cadeiras
A ALB-Bragança é composta por 50 associados efetivos, portanto, são 50 cadeiras.
Cada uma dessas cadeiras, têm um Patrono provisório, indicado pelo próprio acadêmico, que passa a nomear a respectiva cadeira após a sua morte, assumindo, neste sentido, a condição de imortalidade.
Até a presente data, as associadas efetivas Fátima Bezerra e Socorro Braga faleceram enquanto ocupavam as cadeiras, o que não ocorreu com os acadêmicos José Severo de Souza e Nonato Silva, que morreram quando a situação social deles havia sido readequada.
De acordo com os Estatutos e o Regimento Interno da ALB, Fátima e Socorro tornaram-se imortais e patronesses permanentes de suas cadeiras, enquanto que José e Nonato, patronos provisórios das cadeiras que ocupavam.
Henrique explica que o Estatuto determina a declaração de vacância das cadeiras, convocação de concurso para preenchimento, e ocupação, apenas 60 dias, após o falecimento do acadêmico.
Até o momento, a ALB preencheu quatro vagas.
E vai abrir edital para preenchimento de duas vagas ainda restantes, assim como para cadastro de reserva.
A abertura dos editais é um processo democrático, segundo o presidente da ALB.
Os editais são publicados no site e nas redes sociais, e divulgados por diversos meios.
Henrique Brito afirma que o processo seletivo justo e adequado, para que todo cidadão bragantino participe, com direito a entrevista pessoal, além de envio de carta de intenções e currículum.
Apesar de trabalhoso e burocrático, o edital é um passo importante para a gestão e para a própria ALB, que, desta forma, rearranja seu quadro de associados, ao mesmo tempo que se organiza e se fortalece internamente.
Projetos
A ALB ainda não possui um banco de projetos, ainda que seus acadêmicos tenham boas ideias e executem eles próprios, individualmente, ações sociais e culturais, diversas.
Mas entre os projetos da entidade destaca-se a Escola de Pequenos Poetas, que valoriza a escrita e o surgimento de novos escritores.
Idealizado por José Ribamar Gomes de Oliveira, o projeto chegou a ter uma versão, no ano de 2016.
Na gestão anterior e mesmo na atual, o projeto passou por uma revisão e reformatação, entretanto, não foi mais executado, sendo esta uma tarefa necessária da diretoria e dos demais associados.
A entidade criou este ano um calendário Institucional, com referências a pontos turísticos municipais, sendo ao mesmo tempo uma forma de valorizar Bragança e também fazer caixa para a ALB.
Outro projeto, já acima citado, objetiva arrecadar recursos para distribuir cestas básicas a pessoas carentes, entretanto, a diretoria ainda busca parceiros que se sensibilizem com esta causa social.
Há ainda uma proposta de criação de um prêmio anual de literatura bragantina, que está a ser consolidada pela Comissão de Cultura.
O presidente diz desejar publicar um livro sobre a ALB em Bragança, com informação sobre os associados e os patronos de suas cadeiras, ideia original desde a primeira gestão, mas ainda não executada.
Há também interesse em publicar uma revista institucional, com periodicidade semestral.
Outra proposta são podcast sobre os patronos e patronesses das cadeiras da ALB, a partir das apresentações que os próprios associados fazem nas assembleias ordinárias, e que constituem um momento de aprendizado coletivo.
Mas até que se tornem concretas, algumas destas propostas carecem de recursos estruturais, e do empenho de grupos de trabalho.
O presidente destaca, entretanto, a necessidade de que cada acadêmico proponha um projeto coletivo, reconhecendo que alguns dos associados executam seus próprios projetos sociais e culturais.
E embora a ALB entre em recesso nos meses de Janeiro e Julho, a entidade tem desenvolvido, desde 2019, o projeto ALB vai à praia, encabeçado pelas acadêmicas Maria José, Leila Amorim, e Margarida Mendonça.
É um projeto que tem dado muito certo, de acordo com o presidente da ALB, já que valoriza a cultura, e leva a literatura bragantina para crianças, e constrói um ambiente educativo na praia de Ajuruteua, em Julho.
Geopolítica
A ALB é uma entidade nacional com representações regionais e estaduais, sendo que a entidade de Bragança do Pará é uma das mais fortes do Brasil.
Em Bragança, a ALB foi criada por José Ribamar Gomes de Oliveira, que se empenhou pessoalmente e obteve apoio de confrades para redesenhar a entidade na Região.
Assim sendo, hoje, a ALB tem uma Embaixada no Pará, que tem como presidente Carlos Roberto Amorim da Silva.
Esta Embaixada é dividida por embaixadas regionais, como a Regional Sul e Sudeste do Estado, a Regional dos Caetés, e a Embaixada Maranhense.
Além disso, tem representações, como na Região Metropolitana de Belém, Vizeu, Tracuateua, Irituia, Icoaracy, entre outras.
Apesar de não ser responsabilidade da Municipal Bragança, o presidente Henrique Brito, sempre que possível, contribui com a experiência da entidade local aos seus pares de outras localidades.
No dia 8 de Dezembro do ano passado, Bragança sediou um evento literário que reuniu diversas representações regionais.
Foi uma ação da Embaixada, com apoio da Seccional Bragança.
Henrique informa que a relação da ALB-Bragança com a ALB-Nacional é mediada por José Ribamar Gomes de Oliveira, vice-presidente nacional, hoje afastado de suas funções para tratamento de saúde.
Avaliação
De formação simples, Henrique tem sido incansável à frente da ALB, entretanto, reconhece que muito há a ser feito pela entidade de Bragança do Pará.
“Minha gestão praticamente se confunde com a pandemia, razão pela qual, apesar dos relatórios de gestão administrativa e financeira, das reuniões online, e das rotinas, como abertura do ano acadêmico, saraus virtuais, observo que a estrada é longa e nós estamos de pé firme nela”, reflete o jovem presidente.
Henrique reconhece que a AL é um coletivo, e, como tal, ela não pode seguir apenas as ideias da diretoria ou da presidência, mas sim de todos os acadêmicos, e de acordo com os objetivos institucionais.
Hoje, os acadêmicos têm a possibilidade de participar das reuniões e contribuir com a entidade, presencialmente ou de forma remota, o que amplia a chance de construção de projetos reais.
Segundo o presidente, talvez a gestão não tenha avançado tanto por causa da Covid-19, que afeta o planeta, e ele próprio sabe que não conseguiria gerir a entidade, sem o apoio da diretoria e dos acadêmicos.
“Mesmo com a pandemia, nós precisamos reestruturar toda questão administrativa, a burocracia, para, quando retornarmos, encontremos um terreno sólido, estruturado, que permita a firmeza e a segurança de nossos passos, e fazer um bom trabalho, que é o que a gente se propôs a fazer”, finaliza.
Perspectivas
O atual presidente da ALB faz questão de reconhecer o trabalho das gestões passadas.
O advogado sabe o quanto é difícil gerir uma entidade, sem recursos, sem sede, na maioria das vezes, com voluntariado, e apoio de seus pares.
Mas Henrique assumiu a presidência com o objetivo de renová-la.
Avançar, dentro das possibilidades, é o seu lema.
“Eu sempre vi a ALB como uma instituição que precisa ainda se renovar e buscar seu lugar ao sol”, desabafa o presidente.
De acordo com Henrique, onde não se tem crítica, as coisas acabam tendo dificuldade para avançar.
Com simplicidade, ele próprio admite que ainda é preciso fazer mais pela entidade.
“Precisamos mostrar ao Município e à Região o que somos enquanto entidade, porque temos uma Academia de Letras que contribui para a valorização da cultura, e para o resgate histórico de Bragança do Pará, o principal norte e objetivo da ALB deve ser esse”, sonha, com pés no chão, o jovem advogado-presidente.
Por isso mesmo, a ALB reformulou o grupo whatsapp da entidade, com as diretrizes éticas para que as comunicações oficiais sejam melhor assimiladas pelos associados.
Fonte © Ascom/ALB-Bragança do Pará
Texto: Acadêmico Francisco Weyl
(cadeira N. 45 - Patrono: Raymundo Ulysses Penafort Albuquerque / Jornalista DRT-Pa 2161)
FOTO: Arquivo
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